quinta-feira, 26 de novembro de 2009

PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO

       Textos produzidos por alunas de 7ª série nas aulas de História.

TEXTO 1

Diário de Anabel



Sociedade Cruel – Bruna Jora e Lana Baron – 7ª 24 (Manoel Bandeira)


Janeiro

18 É muito difícil viver em uma sociedade preconceituosa. É difícil ter só oito anos e ser escrava. Minha mãe e meu pai foram trazidos da África pelos brancos para trabalhar. Os meus pais já trabalharam nas minas de diamantes, ouro e agora estão nas lavouras.


Fevereiro

19 Hoje foi um dia difícil, meu pai desobedeceu as regras porque estava cansado de ser escravizado. Por isso, ele foi punido com chibatadas. Eu estava por perto e vi as maiores cenas de horrores da minha vida. Foi a primeira vez que vi aquilo, pois minha mãe sempre me privava disso.

Março

20 Hoje eu sou catequizada por uma religião que não conheço, mas sou obrigada a seguir. É horrível ver as crianças brancas brincarem e fazer tudo o que elas querem enquanto eu tenho que ajudar meus pais na lavoura, assim como todas as crianças negras que conheço por aqui. Muitas vezes elas passam por mim dando risada da minha cara, com ar de deboche, e eu não posso fazer nada, nem me defender!

Abril

21 Além de trabalhar e viver uma vida difícil como eu vivo, eu tenho sonhos como qualquer pessoa, pois isso é a única coisa que não podem tirar de nós. Tenho sonhos como: ser livre e não ser alvo de preconceito dia e noite, ter roupas bonitas como as crianças brancas e não as furadas e sujas que tenho hoje. Mas sei que isso não será possível, pois sou negra e o negro não tem valor nenhum diante dessa sociedade branca. Mas sei que a melhor coisa e a mais importante para se viver é o amor dos meus pais.

Maio

22 Espero que um dia essa escravidão acabe junto com o preconceito. Que as pessoas tenham direito de ir e vir independentemente da sua cor, que eu possa seguir a minha religião e os meus costumes. Espero que toda essa miséria que temos que viver hoje, acabe e que o ser humano se torne um pouco mais compreensivo e menos agressivo, para que assim, pais e filhos de famílias negras possam viver em suas próprias casas, sem ser obrigados a fazer serviços que ninguém faria.


TEXTO 2

     A Discriminação - Débora Lúcia Francisco e Mirela Romani – 7ª 26Sou criança negra e pobre, em minha vida, odeio tudo!



-Primeiro dia de aula: Foi a treva! Briguei com todo mundo, xinguei a professora, pois ela me humilhou por que sou negra.
        A culpa é da minha mãe e do meu pai que me fizeram assim, tenho muita vergonha, pois são negros e escravos.
       Minha mãe está grávida pela 15° vez de trigêmeos. Vou fugir de casa amanhã.
       Hoje tentei fugir, mas não deu muito certo. O chato do patrão da minha mãe me pegou no flagra. Ai que fúria! E ainda por cima, apanhei da bruxa que diz ser a minha mãe. Mas ser filha daquela bruxa, não sou não!
      Não tenho amigas, nem amigo, ninguém me da atenção!
      Semana passada, quebrei o braço, foi de propósito para ver se me davam atenção, mas nem assim eu ganhei consegui me fazer notar. Já a minha irmã, quebrou a unha e ganhou toda a atenção do mundo.
      Nunca mais vou ir à escola, pois não gosto de ser discriminada.
      Anos depois...
      Agora que cresci, percebo que foi ruim deixar de estudar. Tenho amigos brancos e negros.
      Também voltei para os estudos. Por que descobri que dar ouvidos para pessoas preconceituosas, não leva a nada...

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